Passos no Bom Caminho

Stray Dog

Recentemente, surgiram algumas boas notícias para os animais de Portugal, notícias que nos dão alento para continuarmos a defender e a promover o respeito por todos os animais como princípio básico de uma sociedade justa e evoluída.

Em Sintra, o segundo concelho mais populoso de Portugal, anunciou-se um investimento de 1,5 milhões de euros num novo centro de recolha que irá substituir o actual canil municipal que se encontra muito degradado. Prevê-se que o novo espaço entre em funcionamento em Março de 2010. Por seu lado, em Vila Nova de Gaia, o terceiro concelho português com mais população, entrou em funcionamento um moderno Centro de Reabilitação Animal, que vem substituir o antigo canil, notório pelas péssimas condições que oferecia aos animais. Trata-se de um investimento de 250 mil euros, onde, à semelhança do que acontece em Sintra, se inclui um gabinete veterinário com sala de cirurgia, um recurso determinante para permitir mais fácil acesso a cuidados veterinários e promover a esterilização dos animais de companhia.

Estes são dois exemplos de uma mudança de paradigma nos municípios. Os animais deixam de ser encarados apenas como incómodo ou como um problema de saúde pública que tem de ser eliminado, e passam a ser encarados como membros da sociedade que devem ser tratados condignamente. Claro que a situação ainda ficará muito longe do ideal, pois falta ainda o importante passo de abolir o abate de animais. No entanto, a aposta na adopção, nos cuidados veterinários, na esterilização e na abertura dos canis municipais à população são certamente passos no bom caminho. Ficamos à espera de boas notícias também sobre o canil de Lisboa, do Porto e de outros municípios.

Elefantes

Também há boas notícias no que concerne aos circos com animais: passa a ser proibida a reprodução ou compra de animais selvagens para manutenção em circos. A proibição abrange tigres, leões, ursos, elefantes, macacos, hipopótamos, crocodilos, focas e avestruzes, entre outros. Infelizmente, esta lei em nada ajuda os animais que já estão nos circos, mas evita que outros animais venham a sofrer a mesma sorte. Os responsáveis pelos circos, ajudados por alguma comunicação social, depressa assumiram o papel de vítimas e argumentam que os animais nos circos são muito bem tratados. Infelizmente, existem inúmeras provas documentais do contrário, provas de que os animais utilizados nos circos são sujeitos a maus-tratos físicos. Mas mesmo que os animais tivessem todas as condições de bem-estar físico, o circo não é lugar para animais. Não há nada de educativo nem de divertido em ver um animal despido da sua dignidade, obrigado a actuar de forma contrária à sua natureza nalguma espécie de vassalagem ao Homem.

Os animais não existem para nos divertir nem para melhorar o nosso ego. Às vezes, estamos tão habituados às coisas como elas são e às tradições, que nos recusamos sequer a ponderar o sofrimento que infligimos às outras espécies. Mas, lá no fundo, todos conseguimos perceber que privar os animais de agirem de acordo com a sua natureza é errado:

«Qual é a diferença entre eu ter um elefante e o Zoo Marine ter um golfinho ou uma foca? Estão todos em cativeiro... os golfinhos também deviam andar no mar. Os passarinhos também deviam andar soltos e estão em gaiolas.»

~Victor Hugo Cardinali, proprietário do circo Cardinali, Jornal i, 17 de Outubro de 2009

Nem mais!

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É lamentável que em pleno séc XXl, a corrente humana que os tenta proteger,ainda seja tão pequena! Que leis tão reduzidas que existem neste país,para os direitos dos animas.

Fico muito feliz por estas iniciativas...poucas, mas boas!!! que tal outras cidades e vilas seguirem a iniciativa?

Finalmente verificamos uma maior preocupação pelo bem-estar animal! Infra-estruturas como estas não são apenas fundamentais, como visam a substituição dos canis municipais implantados por todo o nosso país com deficiências ao nível das instalações, obrigando os veterinários desses concelhos a circundar o deplorável espaço físico em que exercem a sua digna profissão.
Finalmente o meu apreço à CM de Vila Nova de Gaia, para além deste centro de reabilitação animal, não nos podemos esquecer do Parque Biológico que recebe anualmente milhares de espécies de animais para reabilitação, recolhidas pelo SEPNA ou pelo cidadão comum para reabilitação, sendo que, em alguns casos, acabam por ser restituídas ao seu habitat natural.

Estou muito feliz com estas boas noticias, é muito bom saber que o país ja está a tomar consciencia do que se inflige aos animais .Não é certo que o ser humano torture animais para se divertir ainda para mais quando pode ter hobbies bem mais interessantes do que ver animais "amestrados" a fazerem figuras pouco dignas para as suas especies.
Peço-vos em nome dos fundadores do PPA(partido pelos animais) ainda não aprovado pela Republica que assinem a petição contra as touradas é muito importante acabar com esta tradição tão cruel. Visitem o site www.partidopelosanimais.com não custa nada ajudar

Seria fundamental que as associações e instituições que trabalham em prol da defesa dos animais, e, decorrente da recente notícia de criação do Centro de Reabilitação em Gaia, pudessem conciliar esforços numa plataforma comum que, tecnica e cientificamente, pudesse promover e desenvolver, para acrescer ganhos à legislação, medidas e disciplina na orientação da política pública, nomeadamente na prática do poder autárquico. Aí é que está a grande área de influência. Que essa plataforma pudesse beneficiar do trabalho da Ordem dos Médicos Veterinários e da Associação Nacional seria um ponto de partida fundamental para, do ponto de vista técnico, institucional,e quanto à regulação e acompanhamento do comportamento dos médicos veterinários afectos às Autarquias, implementar e permitir fiscalizar comportamentos, médicos, por parte dos cidadãos, e das associações, que podem levar a que a mudança se concretize, pois os cidadãos são eleitores e, portanto, têm um papel fundamental no funcionamento das peças do sistema. Se h´que, educativamete, abordar e caminhar para a resolução dos problemas por todos identificados, de nada resulta acções isoladas, que não contem com a regulação dos sectores profissionais. Até podemos estar contentes com as recentes notícias, mas o festejo e o regozijo não levam a lado nenhum se não existir, de facto, um grupo de pressão devimante articulado e enraizado pelos intervenientes: os técnicos médicos veterinários, os cidadãos eleitores e os admnistradores políticos, a quem compete a responsabilidade máxima de fazer cumprir a lei.

A existência do Centro de Reabilitação Animal da Vila Nova da Gaia é um excelente exemplo que todas as outras Câmaras Municipais deviam tomar, pois o trabalho contínuo, das associações da defesa dos animais e dos voluntários envolvidos conjuntamente com a existência deste tipo de centros em prole do bem estar animal, poderão assim erradicar ou ao menos atenuar o grande problema que existe em todo o país que é o enorme número de animais abandonados, quer sejam doentes ou saudáveis, quer sejam velhos ou novos.
A alerta para estes temas e a necessidade de investimento em estruturas, pessoal qualificado, equipamento e fármacos, etc, para travar este fragelo de abandono animal, é fundamental também, como as outras prioridades que os Municípios tenham.
A protecção animal está na agenda de uma sociedade sensível, moderna e estratégica e deverá vir a estar na agenda política..
Parabéns para a Câmara de Vila Nova de Gaia

Tenho um sonho!... Um mundo onde todos os animais são tratados com respeito e dignidade!!

Que grande notícia!!! Há luz no fundo do túnel! Tantas batalhas que foram travadas... finalmente algo de positivo! Parabéns às Câmaras Municipais. Mas agora é extremamente importante formar e informar as pessoas e divulgar os Centros de Reabilitação. É que muitas vezes acontece alguém ver um animal em sofrimento e até tem pena, mas nada faz, talvez porque também não sabe o que fazer... formar e informar, meus senhores!!! E outro aspecto importante: denunciar donos/situações e fiscalizar imediatamente!!! (Já agora, situações de perigo para a saúde pública e/ou maus tratos a animais: SEPNA 217 503 080)
Se cada pessoa contribuísse um pouquinho que fosse!!...

É indiscutível que há que insistir na mudança. É inqualificável que os nossos eleitos por este país fora condicionem seres vivos que tanta importância têm na vida dos seres humanos a situações de cativeiro deploráveis, em vez de organizarem centros de recolha, reabilitação e adopção - e em programas de educação, nomeadamente junto nas novas gerações, que são, seguramente, um factor de mudança por si só. Muito preocupante é o facto de um animal de companhia só ter protecção legal se for considerado propriedade de alguém. Um animal agredido só é ajudado policialmente se o dono fizer queixa por dano patrimonial, isto é, dano no objecto que é sua propriedade. Se o dono não o fizer, o agressor fica impune e mais ninguém tem poder de actuar. Se esta situação não se inverter, isto é, se o animal não tiver direito a ser protegido, por qualquer cidadão, por ser um ser vivo com inteligência, sensibilidade e afecto, e não por ser propriedade, a mudança tem repercussões sociais muito limitadas. Muitos animais não têm sequer donos. Deve considerar-se, por esta razão, que não devem ser legalmente protegidos de agressões? Ou consideramos que, afinal, e apesar de todas publicidades, apenas queremos proteger os nossos animais (a nossa propriedade), a partir de uma rede institucional com infra-estruturas com capacidade para nos dar apoio? Enquanto um animal for considerado uma coisa, um objecto, na lei, as repercussões são, apesar dos ganhos reconhecidos, residuais. Também para deixar à consideração como é que as instituições geridas pelos eleitos ajudam os cidadãos que intervêm na resolução dos problemas de gestão e sanidade públicas aqui considerados, que não seja a mera recolha de valor monetário em registos obrigatórios em troca de vacinação. Na maioria dos casos, a experiência de perder o paradeiro de um animal do qual se cuida tem um apoio absolutamente nulo do ponto de vista autárquico e policial na sua divulgação, localização ou recuperação. Para lembrar, também, que, apesar de chipados, muitos animais perdidos, dos que têm donos, e se encontrados e recolhidos, as identificações não são verificadas por muitos médicos veterinários, nomeadamente nos canis municipais. Que estratégias a ponderar para superar isto? Ficam as notas. Entretanto há que insistir, exigir, incomodar.

Sou assidua numa associação de protecção animal, ao qual a tarefa principal é o seu acolhimento e bem estar. Às vezes penso ser uma luta sem reconhecimento e em vão, mas salvar uma vida é gratificante. Concluo que afinal esta persistencia pela protecção da vida animal...não é em vão. Bem haja a todos os que estão nesta luta incessante em que todos temos espaço neste planeta, somente nos falta respeitar o "galho" de cada um de nós.

Parabéns ao Governo, à CM de Sintra e à CM de Gaia. Esperemos que estes bons passos arrastem consigo outros passos bons e que os animais passem finalmente a ser tratados como os seres sencientes e maravilhosos que são.
Uma nota em relação ao canil de Gaia, só quem conheceu a horribilidade daquele espaço por trás da câmara consegue "sentir" a enorme bênção que este CRA é para os animais da cidade. Parece um sonho...

Seria bom publicar em jornais, revistas, tv, para ver se conseguimos conscientizar as pessoas da importância
de se proteger os animais,seja qual for. Graças a Deus o Vereador Cláudio Cavalcante proibiu por lei municipal a entrada de circo com animais na Cidade do Rio de Janeiro, assim como rodeios.
Maria Simões

Fico feliz com estas notícias. Com tantos e-mail que recebemos diariamente de pedidos de "socorro", este e-mail foi sem dúvida uma alegria :)

A ANVETEM regista com agrado o bom "feed-back" que as medidas tomadas, nomeadamente pelos executivos municipais a quem directamente remetemos, têm tido.
Além dos exemplos citados, outros há que merecem a nossa admiração e destaque, de norte a sul e também nas regiões autónomas e que temos sucessivamente vindo a divulgar no nosso "blog".
Estamos, contudo, conscientes do pouco que ainda está feito.
Muito embora gostemos preferencialmente de mostrar e divulgar os bons exemplos para que, em efeito "bola de neve", possam suscitar outros e mais outros, igualmente bons (o que tem sucedido, ultimamente) não podemos ignorar as dezenas de e-mails que ainda assim vamos recebendo, denunciando situações inqualificáveis quer em canis/gatis municipais quer em circunstâncias várias por esses Concelhos fora, que põem em causa quer o bem-estar e a saúde dos animais, quer a saúde pública, que afinal é de todos - humanos e outros animais.
Não será a isto alheio o facto de grande parte dos Concelhos não possuir sequer médico veterinário municipal e portanto não poder contar, por exemplo, com a assistência técnica aos animais errantes e recolhidos das ruas (como se pretende e como é nosso objectivo) nem com a faceta de "autoridade veterinária local", que o mvm representa e que pode pôr fim a situações de alta gravidade para os animais.
Por isso, e aproveitando este balanço feito no blog "pelos animais", mais uma vez nos disponibilizamos como Associação a ser uma força motora junto dos Municípios e dos restantes decisores políticos na consciencialização e no alerta para estes temas e na necessidade de investimento em estruturas, pessoal qualificado, equipamento e fármacos, etc
A crise não é desculpa. Como não o são outras prioridades que os Municípios têm e que tão bem compreendemos, conhecemos e respeitamos.
Mas esta é, sem dúvida, uma prioridade actual.
A protecção animal está na agenda de uma sociedade sensível, moderna e estratégica, tal como está na agenda mediática e, pouco a pouco, vem estando na agenda política..
O nosso "muito obrigado" a todos e a todas que nos ajudam e que são parte desta (grande) força motora que pretende mudar cenários reais que pareciam jamais alterar-se.

Felizmente que algo esta a mudar em Portugal.Agora falta fazer uma lei que proiba os caes de estarem amarrados com correntes, servindo de alarme aos proprietarios e uma boa fiscalizacao com multas pra reduzir esse sofrimento.E desumano o que se ve por esse Portugal fora.

Independentemente do bom tratamento que possam dar-lhes (alimentação e sanitário), também me aflige ver os animais em cativeiro [v. g. em jaulas, gaiolas ou aquários].

Chorei de alegria ao ver as condições do novo "Centro de Reabilitação Animal" de Gaia. Que diferença em relação às jaulas horríveis do canil! Infelizmente muitos animais continuarão a ser abatidos, mas pelo menos agora podem "aguardar" em condições dignas que os respeitam como seres que também sofrem e sentem. Os meus sinceros parabéns a Luís Filipe Menezes e a todos os envolvidos!
Era bom que Rui Rio não se deixasse ficar para trás ;) e finalmente melhorasse as condições do canil do Porto. O espaço para os gatos é degradante!

Nunca pensei estar alguma vez de acordo com o Victor Hugo Cardinali, mas apenas quanto ao direito à liberdade dos animais... Os golfinhos e focas mesmo que bem tratados têm vidas muito reduzidas, devido ao stress. Os passarinhos têm asas é para voar... Uns e outros são condenados, inocentes, a prisões perpétuas.

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